O recém-inaugurado Pátio SP, localizado na Vila Madalena, em São Paulo, está chamando a atenção de quem frequenta o bairro mais boêmio da Capital paulista. Com decoração e cardápio que convidam à conversa jogada fora, ao bem-estar e ao culto à música de qualidade, retrata o perfil do paulistano na recente ocupação dos espaços públicos, na preocupação com o verde e com a sustentabilidade.
Para Christian Caballero e Victor Gambardella, sócios da casa, “o Pátio SP vem ao encontro do desejo das pessoas de frequentarem um ambiente tranquilo, com boa comida e bebida, com um som de qualidade”.
Já nas opções do cardápio para beliscar, pode-se perceber a descontração da casa: enxuto, porém abrigando o melhor em petiscos e com descrições que aguçam a curiosidade e o paladar. A proposta da cozinha é simples: uma comida caseira que desperte boas lembranças.
Uma revisita a clássicos da memória afetiva que vão da carne louca ao pudim de leite. Alguns pratos ressaltam aos olhos como o Sandubinha de Carne Louca (R$ 7, 2 minipães – foto), Costela de Porco com Batata Rústica (R$ 45,80) e o Bolinho de bacalhau de Mirandela (8 unidades – R$ 39), receita exclusiva da casa.
Entre as sobremesas, os destaques são o Pudim Clássico com Baunilha de Verdade (R$ 12,50), Pavê de chocolate da Vó Aurora (R$ 26) e Gelatina colorida da Tia Nica (R$ 18), sendo as duas últimas porções para compartilhar. A feijoada – que não poderia faltar – é servida apenas aos sábados (R$ 49,90 por pessoa, bufê à vontade), ao som de muito samba de raiz ao vivo, sendo interpretado por artistas consagrados e novos talentos.
No bar, comandado pelo bartender João Vieira, profissional na área desde 1999, bebidas e drinques passeiam entre os clássicos, autorais e especialidades do Pátio SP. Uma seleção inspirada em pontos turísticos da cidade, como Viaduto do Chá, por exemplo, e em brasilidades, como a rapadura, são as atrações. Uma das propostas são as bebidas artesanais feitas no local, como a vodca infusionada com amora – que aparece no drinque Pátio do Colégio (vodca com infusão de amoras, purê de morangos, lichia, aipo e bitter de laranja, a R$ 24) – e a cachaça envelhecida com chá mate, usada para fazer o Viaduto do Chá (cachaça com infusão de chá mate, limão, maracujá e xarope de gengibre, por R$ 24) . A caipirinha Morena é beeem brasileira, feita com cachaça envelhecida em umburana, limão taiti, suco de limão siciliano e rapadura (R$ 22). Entre os tônicos, vale conferir o Mourato Coelho (Gim Bulldog, licor Frangélico, perfume de absinto, anis estrelado, laranja e água tônica, por R$ 27), onde o absinto chega dentro de um charmoso borrifador e é colocado na bebida na frente do cliente. Os chopes da casa e as cervejas tradicionais e artesanais também tem seus lugares garantidos através das marcas Original, Stella Artois, Júpiter Tanger Witber, Coruja Viva Lager e Way Cream . Quem não curte bebidas alcoólicas ou é o motorista da vez, a sugestão é o refrescante mojito, que tem o apelido de Mó Suave (hortelã, limão, água com gás e açúcar, por R$ 18).
Para criar um ambiente onde as pessoas pudessem sentir-se integradas com a natureza, os arquitetos Thiago Passos e Débora Cunha, da YBYPY Arquitetura, apostaram em mesas, cadeiras, bancos, corrimão e palco de paletes. O cimento queimado no chão e no bar completa o ar rústico. Mais de 300 garrafas recicladas transparentes organizadas e penduradas no teto conferem certo movimento. Na valorização do contato com a natureza, acima do balcão do bar uma “parede verde”, de 95 m² e com vários tipos de plantas, como samambaia, mescladas a paletes de madeira, dão um charme especial. A maior parte da iluminação do balcão, feita com mais de 150 garrafas de vidro vermelhas penduradas por fios também vermelhos, completa de maneira harmoniosa o visual. Para finalizar e dar o colorido do Pátio SP, os artistas Clóvis Davino da Silva, o Chumbo, e Claudemir Silva, conhecido como Fera, conseguiram traduzir muita descontração com outro grafite bem colorido, que exalta o rosto de uma mulher.